Resiliência a qualquer custo? Vamos refletir...
- selmapiranicabral
- 28 de abr.
- 2 min de leitura

Vivemos numa época em que ser resiliente virou quase uma obrigação. Seja forte! Supere! Adapte-se!
Mas até que ponto essa busca constante pela resiliência realmente é saudável?
Desde a infância, aprendemos a nos adaptar para sobreviver, às vezes tanto, que acabamos criando um falso self, uma versão de nós mesmos que funciona para o mundo, mas que desconecta da nossa essência. Isso, como apontava Winnicott, pode nos fazer parecer "ok" por fora, mas pode nos adoecer também.
Adaptar-se em si não é o problema. O risco aparece quando isso se torna um modo de existir: quando deixamos de viver a partir do que somos e começamos a viver a partir do que esperam de nós.
E aí vem a pergunta: será que toda resiliência é mesmo uma virtude?
Nem sempre.
Às vezes, a chamada "resiliência" é apenas um nome bonito para um modus operandi longe de ser saudável: o de suportar o que já ultrapassou os limites. Resistir a tudo sem pausas, sem fragilidade, sem espaço para o sofrimento, não é saúde. É exaustão.
A verdadeira força pode estar, justamente, em reconhecer a hora de parar, de se vulnerabilizar, de dizer: "Aqui, eu não me adapto mais."
Ser autêntico pode significar, às vezes, não ser resiliente. Pode significar romper.
Romper com padrões que nos adoecem, com expectativas que não são nossas, com a necessidade constante de agradar ou de funcionar para o olhar do outro.
É um rompimento silencioso, mas profundamente libertador: o de escolher, finalmente, ser quem se é.
Então, que tal repensarmos?
Nem sempre aguentar é sabedoria. Nem sempre adaptar-se é saúde. Às vezes, o maior ato de amor-próprio é permitir-se ser, com toda a vulnerabilidade, autenticidade e coragem que isso exige.
Que possamos lembrar: viver é existir de dentro pra fora.
E você, tem vivido a partir de quem é ou de quem esperam que você seja?
Gostou da reflexão?
Se quiser aprofundar esse processo de escuta de si mesmo, deixo aqui algumas dicas práticas para começar essa jornada:
Experimente espaços seguros de acolhimento, como a psicoterapia.
Preste atenção em seu corpo: ele sempre fala.
Resgate momentos de espontaneidade no seu dia a dia.
Aprenda a dizer "não" sem culpa.
Respeite seu tempo interno, desacelerando quando necessário.
Se precisar de apoio nesse caminho, estou por aqui.🌻
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